Sobre a intransigência e a inteligência

Metamorfose ambulante, disse Raul. É próprio aos sábios mudar de opinião, disse a Chiquinha (aos jovens: assistam Chaves). Ingenuidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes — atribuído a Einstein. A única constante é a mudança, disse Heráclito.

E ainda assim, você permanece intransigente. Não resta alternativa senão pensar que, nessa intransigência, há método, propósito. Aos sábios é comum a dúvida, o contraditório, a consciência da ilusão de certeza — Sócrates é inesquecível aqui. E, mesmo assim, você permanece intransigente.

Seria falta de experiência? Sabemos que não. Medo? Talvez. Mas sei da tua coragem e orgulho. Duvidar da tua inteligência seria ridículo. Restam poucas explicações: teatro, manipulação, tentativa de controle, vergonha — o medo de falhar, mesmo que por falhas alheias.

Nessa régua de moral, mal sobra espaço para tua paz. Será que isso é inteligente? Inteligente de verdade?

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