O poder dos algoritmos: uma visão bourdiesiana

Sócrates afirma, no primeiro capítulo da República de Platão, que existem três maneiras de receber um pagamento: dinheiro, honra, e, por fim, escapar de algum castigo. É justo afirmar que, passados mais de dois mil anos, pouco mudou neste sentido. A notória diferença é o método: na era dos dados, algoritmos, e influencers, delega-se a responsabilidade da atribuição de alguns destes pagamentos, mais comumente da honra (agora, quem sabe, na forma de likes), para um conjunto de instruções de computador. Contudo, do tempo dos filósofos clássicos para hoje, o entendimento humano de seu próprio comportamento social foi explorado e modelado de novas maneiras, e estas podem e devem ser aplicadas na era dos dados e inteligências artificiais.

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Análise de requisitos de dados: é viável?

A imagem de um mago branco sozinho em uma torre alta e sombria, rodeada em sua base por um exército de orcs (na verdade Uruk-hais, para evitar desentendimentos de ordem nerd) pilhando florestas, acendendo fogueiras e esquentando caldeiras para construir armas de guerra, foi materializada em nossas mentes durante a famosa trilogia Senhor dos Anéis, lançada durante os três primeiros anos do nosso milênio corrente. E nós torcíamos, o tempo todo, para que aquele mago perdesse a guerra que estava para acontecer, muito devido à sua prepotência e descaso pela realidade ao seu redor – a natureza, as pessoas e a sociedade que ali existia.

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